Um livro muito especial
“Quando eu for… Grande” é um livro muito especial, um dos meus primeiros. Foi o meu filho que me deu a ideia. Ele tinha três anos, uma vez chegámos à praia e ele disse-me ‘Mãe, onde é que está a porta da praia? Quando eu for grande vou descobrir onde está a porta da praia?’. Porque tudo para ele tinha uma porta – a casa, o supermercado, a igreja, o carro, a escola. Foi uma pergunta tão bonita, tão ingénua, que eu pensei que tinha de fazer um livro sobre isto de ‘quando eu for grande’, mas não o ‘quando eu for grande’ das profissões; o ‘quando eu for grande’ dele era porque ele desejava muito ser grande, para que acontecessem coisas.
Este livro é sobre esses desejos tão simples de quando se é miúdo. Como ‘quando eu for grande vou comer todas as pastilhas elásticas’, porque a mãe provavelmente não deixa comer todas as pastilhas elásticas. Isso é muito engraçado porque, se pensarmos um pouco e recuarmos, nós desejamos sempre ser grandes – para ter a carta de condução, para entrar numa discoteca, para um dia trabalhar e ter dinheiro. Vamos tendo sempre imenso desejo de crescer.
Este livro termina de uma forma importante: quando eu for grande não me quero esquecer que um dia fui criança. Isso é muito importante: continuarmos a crescer mas nunca nos esquecermos que fomos crianças e não termos vergonha de certas coisas, de continuarmos a ser crianças nessa ingenuidade e nessa leveza.
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